sexta-feira, 15 de maio de 2009

NÃO FOI A REVOLTA…


Não foi a revolta que me invadiu
Naquela manhã sem sol
Quando um monstro
Que da morte se alimenta
Lançou dardos de desespero
E setas de angústia
Sobre a esperança e a minha vida

Não não houve raiva
A nascer nos passos sem destino
Nem qualquer sinal de ódio
No olhar perdido
No infinito cinzento do horizonte

A minha revolta nasceu
Da violência e do ódio que alimenta
Esses e outros monstros
A minha revolta vem da fome e da miséria
Que mata esperanças
E queima sonhos

A minha revolta vem das raízes
Que não querem que não querem
Os sais da hipocrisia e da indiferença
Pois não dão à seiva
O sabor da esperança em cada despertar

Por isso não me revoltei
Nem nunca me revoltarei contra os céus
Pelo que me deram
Continuarei apenas
A semear esperança
Para que nasçam sorrisos
Em todas as manhãs do mundo

1 comentário:

Ana Casanova disse...

Continua a semear Esperança e a colher Sorrisos, Poeta!
És maravilhoso!!!
Beijos.