terça-feira, 5 de maio de 2009

ERA COM O TEMPERO DA CHUVA



Era com o tempero da chuva morna
Que os meus olhos saboreavam teu corpo
Enquanto me davas o lua

As tuas mãos bordavam o silêncio
E eu saboreava o último vinho
Esquecido no charuto da noite sem fim

Noite em gostaria de te cantar uma canção
Canção onde cada nota tivesse o ritmo forte e quente do deserto
E a harmonia das estrelas
Que em outros tempos escutavam
A loucura dos nossos corpos nus

Uma canção onde cada nota
Fosse uma seta apontada à vida

Sabes companheira e amada
É neste momento em que o meu lamento
Se afoga nesta taça de silêncio consentido
Que te quero dar a vida

Sabes companheira e amante
É nesta noite de solidão partilhada
Que no subterrâneo dos nossos medos
Quero apertar as tuas mãos
E sentir o sangue a respirar

1 comentário:

Ana Casanova disse...

Um poema de amor muito lindo e tocante.
É desta forma que o poeta se expressa.
Beijos com amizade.