terça-feira, 5 de agosto de 2008



INFANCIA

Entre o deserto e o mar
Semeei estrelas em todos os caminhos
E abri cacimbas para regar meus sonhos

No verde mar das casuarinas
Naveguei em busca de portos
Para abrigar o meu barco dos encantamentos

Cresci brincando
Brincando no dorso de todas as gazelas
Sedentas de luar e ébrias do vermelho do entardecer

Mergulhei no frio do cacimbo das tardes
E deixei meu corpo molhado cheio de esperanças e amor
À espera da noite e das estrelas que me abriam estradas

Parti para longe
parti numa manhã de lágrimas
ao encontro da cidade

Mas foi lá
lá entre o deserto e o mar
Que ficou meu coração

1 comentário:

HArede disse...

...O cheiro da terra molhada, os poentes incendiados, a imensidão do deserto, o marulhar das ondas, ... Está tudo aqui!
Como cortar raízes tão profundas, tão longas que atravessam continentes,tempos, esperanças e ilusões?
Para ti, meu irmão, toda a ternura do universo.
Anabela