
INFANCIA
Entre o deserto e o mar
Semeei estrelas em todos os caminhos
E abri cacimbas para regar meus sonhos
No verde mar das casuarinas
Naveguei em busca de portos
Para abrigar o meu barco dos encantamentos
Cresci brincando
Brincando no dorso de todas as gazelas
Sedentas de luar e ébrias do vermelho do entardecer
Mergulhei no frio do cacimbo das tardes
E deixei meu corpo molhado cheio de esperanças e amor
À espera da noite e das estrelas que me abriam estradas
Parti para longe
parti numa manhã de lágrimas
ao encontro da cidade
Mas foi lá
lá entre o deserto e o mar
Que ficou meu coração
1 comentário:
...O cheiro da terra molhada, os poentes incendiados, a imensidão do deserto, o marulhar das ondas, ... Está tudo aqui!
Como cortar raízes tão profundas, tão longas que atravessam continentes,tempos, esperanças e ilusões?
Para ti, meu irmão, toda a ternura do universo.
Anabela
Enviar um comentário